quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Algo pra chamar de seu

Oi!

Após 2 meses sem escrever nada, por pura falta de inspiração, resolvi forçar a mente a escrever alguma coisa decente...se é que forçando sai algo decente...hhehehehehe

Bom, hoje aconteceu uma situação inusitada. Depois de aproximadamente 8 meses sem escrever no meu outro blog (o Pedal Social Clube), vi que tinha recebido um comentário num post antigo, de uma pessoa que estava querendo montar um grupo de pedal.

Fiquei muito feliz, pois eu sempre me cobrando para escrever neste e no outro blog, e tenho a agradável surpresa de ver que o outro está ainda ativo, mesmo depois de tanto tempo.

Quando montei este outro blog, eu quis fundar um clube de encontro de ciclistas de todas as idades, gostos e tipos diferentes. Sobretudo os iniciantes. Eu queria um espaço para colocar o que eu quisesse, sobre bikes e outras coisas relacionadas.

O fato é que quando fundei o clube tive muito apoio de uns, e muiiiiiiito desestímulo de outros. Por que fundar algo que já existe? Bom, eu queria algo que tivesse meu jeito de ser, meu carinho pelo esporte, minha forma de pensar. Só mesmo sendo o MEU clube eu ia ficar feliz.

É engraçado como hoje em dia todo mundo precisa de algo para dizer que é seu. Não digo só pelo lado ruim, que fique claro. É super bom ter um(a) amigo(a) pra chamar de seu, uma casa pra chamar de sua, um namorado (ou namorada) que é seu. Entretanto, o que é meu? Meu e só meu?

Lembro de um filme que o protagonista dizia que se você quer ter alguma coisa, então deixe-a livre o suficiente para perdê-la, mas junto o suficiente para senti-la. Ou seja, se quer alguém, não sufoque mas não suma. Quer um carro? Lute para te-lo mas não lute até morrer. 

Agora eu me perguntava o que eu quero...Quero muitas coisas, como todo mundo. Mas o que eu já tenho? E o que as pessoas acham que eu possuo?

Falando assim, parece que estou falando de bens materiais, não é? Sempre temos esta impressão. O possuir e o ter são bem diferentes. Possuir dá a entender que você precisa manter aquilo depois de conquistar, e o ter é algo que te pertence e ninguém vai tirar, no meu ver. 

Eu tenho um sorriso de criança. Tenho bochechas grandonas. Tenho amor por anime, esmaltes e chocolate. Tenho amor também por bike. Tenho muitos amigos, uma família adorável e um trabalho que curto apesar de tudo.

Eu tenho um jeito de falar estranho e diferente. Tenho timidez com desconhecidos e excessiva liberdade com os conhecidos. Tenho mania de procrastinar (juuuuuuura???). Mania de me preocupar com todos que conheço, mesmo sabendo que estão bem. Mania também de perseguição...é, o mundo me odeia hehehehe

Bom, eu não sei como sou lembrada pelas pessoas, mas certamente sei que elas se lembram de mim por coisas que são exclusivas minhas, num conjunto. São meus trejeitos. Posso até mudá-los, mas alguns são meus. E acho sensacional ter algo para chamar de meu e só meu.

E vc? O que é seu e ninguém tasca?

Beijão e até breve, sem promessas...hehehe

domingo, 1 de agosto de 2010

Um pouco de Mel na minha vida

Domingo, dia de chuva em Curitiba.
Escrevendo deitada na minha cama, aproveitando um clima para chá com bolinhos de chuva (saudades de vó...), eu olho para ela. Deitada aqui na minha coberta favorita, parece de pelúcia. Pêlo laranja, olhos verdes, miado que ora me lembra uma onça, ora me lembra um nenem.
Mel. Nome dado pelo vizinha, por causa da cor do pêlo.
Ela dorme tão calma e está tão quentinha...me acalma o coração. E imaginar como ela chegou aqui em casa...
 Soninho boooom...

Sexta, dia de sol. Íamos eu e o Bruno, que trabalha comigo, levar umas amostras em outra cidade. Chegamos no carro e escutamos um miado fraco. Eu vi uns meninos ali perto rindo, e achei estranho. Quando chamei alto, os meninos saíram de perto, e ela apareceu. Magra, muito magra, suja, miando baixo. Eu imediatamente fiquei com dor no coração. Muito mansa, ela logo se esfregou na gente. Resolvi pegá-la e leva-la para minha vizinha cuidar, já que ela tem duas gatas. Mas ela não se deu com uma das gatas, e o resultado é que fiquei com ela, até achar alguém que cuide, porque aqui no meu prédio não podemos ter animais, e eu passo o dia fora e ela fica muito tempo sozinha.
De cara, percebi que ela era criada em casa, porque usa a caixa de areia, mia antes de subir na cama pedindo licença, não come carne ou pão, e não sai daqui do terreno do prédio. E é muito sociável e carente. Muiiiiiiiiiito carente.
Resolvi dar um banho e tirar toda aquela craca do pêlo dela. Quando olhei, ela estava com queimaduras de cigarro na orelha, embaixo do queixo e perto das partes íntimas. Cheias de cinzas e infeccionadas. Se deixou lavar e fazer curativos, talvez ciente que aquilo era importante.
Eu pensava: que covardia! Quem era capaz de fazer isso? Que monstros fazem algo horrível assim?
O bichinho tão inocente, talvez achando que estava recebendo carinhos, e na verdade sofrendo, deve ter fugido ou ter sido abandonada. E veio parar debaixo daquele carro, talvez por vontade divina, pois como bióloga sei como tratar os ferimentos.
Aos poucos fomos nos habituando uma a outra. Quando chego, ela pede colo e uns 15 minutos de carinho, senão fica braba e mia. Pede para sair e na volta arranha a porta pedindo para entrar. Quando esfria muito, ela me pede para entrar embaixo das cobertas, no meu pé.
Bom, posso dizer que Mel trouxe mais do que uns miados e pêlos pela casa. Ela me trouxe mais paciência, porque ela não sabe o que é certo ou errado se eu não ensinar. Ela pula em meu colo e dorme, e quando a acordo ela mia de um jeito que parece que está falando "Ei tava mimindo!". Agora eu me programo para deixar a casa limpa, para ela não comer nada que não deve, para chegar cedo evitando de deixa-la sozinha. Ela me olha cheia de carinho, e eu retribuo, sabendo que ela deve entender o quanto quero ela em um lugar espaçoso, e que me indigno com a crueldade que fizeram contra ela.
Covardia contra animais é horrível. Não sei o que pensam aqueles que fazem mal a quem não entende, não fala e só sabe se defender mordendo ou arranhando. Que dor deve sentir?
Imagino então a dor da mãe que perde o filho por covardia de outros, do pai que vê seu bebê machucado numa creche. E o que pensa aquele covarde que espanca a esposa, que estupra criança, que rouba de idosos.
A Mel me trouxe coisas maravilhosas. Às vezes ela me deixa maluca, como quando derrubou meus vasos de flores e encheu minha sacada de terra. Ou quando me acorda de madrugada querendo brincar. Eu me irrito, mas nunca desceria a mão nela, a queimaria com cigarro, ou a machucaria. Ou a abandonaria.
Somos responsáveis por quem cativamos. Seja pessoas, seja animais. Covardia vemos e passamos todos os dias. Mas podemos e devemos evitar.
Quem quiser adotar a Mel, me avisa! Não vou me chatear, porque ela irá para boas mãos!
Beijos e até breve!
Magrinha...mas tem umas patas loooongas, faz um alongamento incrível!
 ela é muito irmã do Garfield!!!!

terça-feira, 13 de julho de 2010

No limite da honra

Oi!

Você sabe o que é honra?
Fui ao Wikipédia e lá estava:
Honrado é julgamento que determina o caráter de uma pessoa exatamente: se ou não a pessoa reflete honestidade, respeito, integridade, ou justiça. Adequadamente, são nomeados os indivíduos cujo valor e estatura baseados na harmonia das ações delas, código de honra, bem como as da sociedade em geral. Honra pode ser analisada como um conceito relativístico, ou seja, os, conflitos entre indivíduos e até mesmo culturas que surgem como consequência de circunstância material e ambiciona, em lugar de diferenças fundamentais em princípio.
Eu achei engraçado...porque aprendi de outra forma.
Vamos a história...
Estavámos eu e a Micheli comprando coisas para a viagem dela ao Paraguay, quando por um daqueles momentos "não-sei-onde-estava-com-a-cabeça" resolvemos comer no Mc Donalds.
A Mi pediu o sanduíche do Shrek, aquele com pepperoni, e eu um Cheddar Mc Melt. Chega o sanduba, e a Mi descobre que:
1. O molho que vinha junto acabou e eles não dariam outro para suprir a falta;
2.O sanduíche dela não continha pepperoni!!!!
Aí a vendedora com seus dedinhos cheios de bacterias mexeu no sanduíche, não achou o pepperoni, trocou o sanduíche.
Neste intervalo, abri o meu e vi que parecia que alguém tinha pisado nele. Coisa nojenta! Pedi para trocar e a vendedora foi falando palavras "doces" sobre nós, enquanto buscava outro sanduíche.
O meu estava gelado. Suponho que o da Mi também, mas para evitar cuspe no sanduíche, comemos assim mesmo.
Pausa.
Fui numa loja comprar óleo secante e base de unhas. Infelizmente, os vidros eram de vidro, e ao se encostarem quebraram, e com o susto soltei a sacola e eles trincaram de vez. Fui tirar a acetona de dentro da sacola e me cortei...DOEUUUUUUUUUUU...mas enfim.
Pausa.
Cheguei em casa e escrevi ao Mc Donalds contando a história e pedindo um posicionamento da empresa. Uma semana passou e nada.
Escrevi a empresa de esmalte contando a história dos vidros e pedindo um posicionamento da empresa. Uma semana depois e recebi uma resposta muito fofa, pedindo desculpas e me convidando a conhecer a fábrica, para que eu possa pessoalmente me dirigir ao fabricante dos vidros pedindo a mudança de material.
Eu nem acreditei.
E passada uma semana que escrevi a um site de uma famosa empresa de shampoo, falando sobre um que usei mas que não estava tão bom, a empresa me respondeu agradecendo as sugestões e avisando que vão mandar amostras grátis para eu testar.
Eu nem acreditei de novo.
Tá e cadê a honra nisso tudo?
Bom, vou explicar.
Quando criança, aprendi que ser honrado é fazer o que é certo. É fazer o melhor sempre, aceitar quem não aprova, melhorar sempre, é não enganar, não roubar, não usar de jeitinho ou malícia. É dom de reis, samurais, santos, personalidades da história.
Talvez seja por isso que vejo esta forma de honra ficar cada vez mais rara. Vejo jovens fazendo bobagem e não sentindo vergonha, porque são estimulados em casa. Adultos fingindo que não veem, porque não tem nada a ver com isso. Cidadãos que fecham os olhos para os problemas dos demais, reclama mas não se esforça.
Eu não acho que se fingir de morto seja ser honrado.
Descrevi as situações anteriores, porque acho que uma empresa honrada preza pelos seus clientes, pelo atendimento impecável. Por atender as dúvidas e se posicionar. Reconhecer o que ele pede e exige.
Acho também que ser honrado é reclamar, sempre que vejo uma situação absurda. E exigir resposta. 
Ser honrado para mim é votar consciente, é saber ser coerente, é defender o que acredita, é saber que serve de exemplo para alguém.
É valorizar sua própria opinião, sabendo muda-la quando precisar. 
Normalmente, a honra é vista como sinal de conflitos. Para defender a honra, o marido traído mata a esposa. Ou o soldado se tortura. O político se esconde, o santo se flagela. Inúmeros filmes retratam deste jeito.
Mas a honra é algo bom. É o que nos torna maduros, é o que nos faz erguer a cabeça todos os dias. Mesmo quando erramos. Mesmo quando não queremos erguer a cabeça.
Honra é verdade. É dignidade. Quando nos ferem na dignidade, acertam nossa honra.
Como então ter honra?
Cobrando a honra em outros. Educando nossos menores sobre ela. Não deve ser um mito, deve ser um valor integrado. Observando nossas ações, e cobrando de nós mesmos o que é certo, o que é justo, o que é digno.
Vou terminar com um exemplo.
Entrei neste sábado numa lanchonete, e pedi um refri. Escutei o dono da lanchonete conversando com um cliente, que falava que ele cobrava muito barato pelos lanches. Ele então falou que cobrava o justo. Não lhe faltava e ele fez questão de dizer que usava do melhor na comida. O cliente então disse:
"Assim você nunca vai ser rico!!!"
Resposta:
"Posso não morrer rico,mas morro honrado, não devendo nada e não ficando na língua do povo!"
Gostei tanto da resposta, que ofereci 2 reais a mais para o vendedor, e disse que era pela conversa esclarecedora. O homem ficou surpreso e lascou a melhor:

HONRA NÃO TEM PREÇO NÃO, MOÇA... HONRA TEM VALOR, VALOR DE VERDADE!

Salva de palmas para o cara!!!!!!
Qual é o limite da sua honra?
Beijos e até breve!!!
UPGRADE: Tata tem toda razão (vide comentários)...cadê as empresas boas né? Então aqui está:
Empresa de esmalte: 5cinco
Empresa de shampoo: Seda (pois é!!! me surpreendi!)
Lanchonete: ai esqueci o nome...mas fica atrás da catedral, serve pãezinhos e sonhos...Só olhar que é fácil...
UPGRADE 2: achei esta tirinha na net e precisei colocar aqui...See you later!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Pra variar uma poesia...

Eu fui uma
Fui tua mãe, tua amiga, tua amante
Tua confidente, tua esperança
Tua risada, tua lágrimas, tua dor
Eu fui carola e fui promíscua
Fui iludida, até fui faxineira!
Fui amada e te amei
Fui tua e somente tua
Eu te amei
Te quis e rejeitei
Te abracei e afastei
Eu quis ser sua
Mas faltou você
Você ser meu
Eu fui quem você quis
Eu não fui mais eu mesma
Eu me tornei quem você esperou
Mas não me senti eu
Você era meu rei
meu sapo, meu principe
meu dono e senhor
Era meu ar e minha agua
Meu alimento e meu sono
Meu querido e amado
Minha luz nas sombras
Minha gargalhada e meu aconchego
Mas se tornou só você
E voltei a ser somente eu
E agora
não seremos mais um
Seremos dois
Seremos apenas nós...

 

sexta-feira, 25 de junho de 2010

A futilidade salva a sanidade (feminice extrema)

Bem amigos do blog mais doido sobre mestrado!
Haja coração amigo, porque a Copa do Mundo está ae, entrando na segunda fase!

Botaoteca - Instant Button Brasil sil sil

E em ano eleitoral o que os políticos mais querem é ver a gente falando da Copa e esquecendo deles hehehe
Bom, você deve estar pensando: essa dae hoje acordou revoltada.
Nem nem!! Eu gosto de futebol, embora o Campeonato Brasileiro tenha se tornado um massacre fora do campo e uma compra-e-venda dentro dele. Gosto de espírito de Copa, de gente se fantasiando, vendo jogo junto, a criançada animada. Negros e brancos juntos pulando e festejando no país do aparthaid. É lindo, de chorar mesmo. Me solidarizo com o Dunga (deixa o cara trabalhar!!!) e também apoio o Cala Boca Galvão!!!
Mas lamento ver que nesta época todo mundo é brasileiro. Que outros esportes recebem atenção tão menor, e pagamentos menores ainda. Que com tanta coisa acontecendo só se fala nisso. Existe um mundo depois da Copa, sabe?
Mas tirando isso, eu curto os jogos. O mais maluco é que nesta Copa assisti os 3 jogos quase sozinha. Explico: o primeiro eu assisti com a Taís (sempre juntas né miga?) e a prof. Edilene no laboratório delas (siiiim, eu fui trabalhar! Workalover total!). O segundo eu assisti sozinha em casa, devido a uma crise fortíssima de SII que me segurou uma semana de cama! Nunca tive uma tão violenta! (Sabina tem razão, tem gente me agourando!!!). E como eu ainda não tinha me recuperado totalmente, passei o terceiro jogo sozinha em casa de cama de novo!!! hahahahahahahahahahaahahahahahahah
E nessas de comer-dormir-banho-dormir-han?-dormir de novo (dá muiiiiito sono), fraquinha que eu estava, resolvi colocar todas as minhas futilidades em dia.
Internet, meu vício assumido. Todas as colunas da Revista Época, da Veja, da Istoé (ué cadê a futilidade? calma aí...). Filmografia da Audrey Hepburn com direito ao seriado da TV (ALELUIA!!! Fiquei 3 anos tentando baixar!!!). E blogs, muito blogs. Dos mais diversos assuntos. Humor. Ecologia. Filosofia.
Mas acabou. Fiquei sem blog para ver.
Daí quando acabou os assuntos sérios começou as feminices.
Moda. Esmalte. Esmalte. Esmalteeeeeeeeeeeeeeeeeee!!!!!!
Garotos, mesmo sendo uma feminice só, aguentem e leiam até o fim, please...
Não me faça colocar outro destes de novo...
Naquele momento eu descobria um novo vício que descobri ser o mesmo de muitas outras mulheres.
Aprendi a fazer a unha, os novos lançamentos, misturinhas, todo o know-how. Estou expert!!! E quem me conhece sabe que eu fazer unha, não morder cutícula, entender a diferença entre azul-jeans e azul-cobalto não foi meu forte durante 25 anos da minha vida de 26 hehehehehehehehehehe
O que seria chamada de futilidade se revelou algo muito sério: convivência e amizade.
Me chamou a atenção ver as leitoras dos blogs comentarem, trocarem receitas e fotos, mandarem recados umas as outras, sem briga, numa convivência amorosa entre mulheres que não se conhecem!
E as blogueiras são uns amores, gastam uma graninha ($$$$$$$$$$$$$$$) em produtos nacionais e importados, vão atrás de novidades, procuram patrocínios, pesquisam, assistem a tudo que passa, tudo para agradar as leitoras.
É tão bonito ver a auto-estima feminina estar em alta. A discussão é mais legal ainda quando engloba outras coisas. Exemplos: como os homens reagem à estética feminina, cobrança por qualidade de produtos, cuidados com a saúde, finanças e sustentabilidade (gasta um monte em esmalte e veja o que acontece...troque com quem quer trocar e seja mais feliz).
Eu li e ficava maravilhada com o cuidado que as garotas tem umas com as outras, uma troca saudavel que não vemos mais.
Daaaaaaaaaeeee...
Ontem fui no mercado comprar batata para fazer meio de cultura, e vi que as unhas da mulher do caixa eram muito fofas. Elogiei muito, porque era uma cor cheia de brilhinhos e duas faixas de cor diferente, em homenagem a Copa. E ela mesma quem fez. Ela ficou toda alegrinha, falando que apenas lamentava a gerência não permitir as mesmas cores que as que eu estava usando (azul profundo metálico). 
Cheguei ao laboratório e logo notei as unhas da Sabina (esmaltólatra eu? Imagine!). Estavam na cor azul-piscina. Uma graça. O mais engraçado foi ver o Bruno, meu estagiário, morrer de rir ao me ver perguntando para elas, porque ele sabe do meu vício e não acreditava que chegaria a esse patamar kkkkkkkk
A Sabina falou sobre a dificuldade em fazer unhas (luvas de látex são assassinas de mãos!) e me falou que a Mari tem esmaltes lindos, coisa que eu já tinha reparado, sei quando é ela de máscara e guarda-pó apenas pelas cores das unhas.
Aí me caiu a ficha.
Por mais futil que seja, essse pequeno adereço faz parte de quem a pessoa é. É parte da identidade. Por que a gerencia do mercado não queria cores diferentes? Porque refletem um gosto pessoal, e ali não há gostos pessoais, existem caixas de mercado. Usar uma cor igual faz de duas mulheres cúmplices em seus gostos. Um padrão seguido faz você achar que aquela mulher gosta disso ou daquilo, dependendo do que ela usa. Vermelho ela é ousada, rosinha é delicada. Será mesmo? Podemos ser quem quisermos, trocando a cor dos cabelos ou o estilo de roupa. Podemos adquirir o que seja: meiguice, ingenuidade, sensualidade, basta trocar seu visual. Será alguém diferente  mas será você!
E como ser alguém é importante hoje! Numa sociedade de massa, onde alguns aparecem, outros tentam sobressair-se e muitos querem mais é se esconder, saber o que gosta, o que não gosta, e ver outros do mesmo jeito faz você se sentir acolhido. Você é uma pessoa, e pode ser identificada de várias formas, só pelo que veste ou escolhe usar nas mãos! 
E como a futilidade é útil! Querendo ou não, às vezes tudo que queremos é informação para a massa, é não pensar, pois pensamos no trabalho, na família, nas contas a pagar. Quando aparece um jogo de futebol, um esmalte novo, um novo episódio bomba na novela, um novo jogo de computador, uma nova corrida de F1, nos desligamos deste nosso mundo e entramos em outro, perfeito porque não é nosso totalmente. Quem está lá não somos nós. Somos meros expectadores. E esquecemos de nós de vez em quando.
Problema surge quando a fantasia nos ganha e nos esquecemos de vez. Aí sim é futilidade ruim, perniciosa, um desvio de conduta.
Depois de pensar sobre isso, eu mordi a minha língua. Falava mal de novela (eu não gosto!), mas agora quer saber? Assistam mesmo se gostar. Gosta de vídeos do Youtube? Vai lá ver! Quer falar de esmalte? Venha! Ver seriados na Sony, Discovery Chanel? CSI? Beleza!
Mas não esqueça do resto! Dos políticos, do trabalho, dos nossos irmãos em Alagoas e Pernambuco (você já ajudou? NAUM????), do que precisa ser discutido e debatido. Afinal, isso não é fútil, é útil!
Beijos e até breve!
PS: para as garotas curiosas, o esmalte desta semana foi o Marinho da Colorama com cobertura transformadora Furta-Cor. Chique! Mas já troquei hehehehe descascou todo! (Malditas luvas de látex!!!).
PS2: para quem odeia vuvuzela (eu incluso!) e para quem gosta dela veja:
http://www.youtube.com/watch?v=R8JGhoVybkM
Morro de rir!!!
UPGRADE: Nossa pára tudo! Uma mulher me perguntou que esmalte eu estava usando hoje no mercado! O mais maluco é que era a cor mais xoxa que eu tenho, um cor-de-pele! hehehehe

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A favor do Valentines Day!!!

Ai ai...
Copa do mundo, aquela alegria, o brasileiro virando brasileiro, para depois da copa esquecer seu dever brasileiro e levar a vida comum.
Que beleza!

Eu e os seguidores deste blog apoiamos esta idéia!

Mas deixo isso para outro post...
Porque o tema deste é Dia dos Namorados!
Tá, eu sei que já passou, mas preciso falar sobre isso.
Eu SOU CONTRA O DIA DOS NAMORADOS!!!
E a favor do Valentine Day!!!
Quer saber por que?
Bom, vamos lá. Dia dos namorados é aquela coisa comercial: corações, jantares, jóias, compras...Casais por todos os lados, solteiros procurando alguém pra não ficar sozinho, solteiras chorando em casa porque ficarão encalhadas e pra tia...
Que beleza...
E aquelas malucas casamenteiras toturando Santo Antonio, tirando o menino Jesus dele e o colocando de cabeça pra baixo, depois de tomar banho de cheiro e rezar a novena maluca...OU SIMPATIAS ENVOLVENDO PÊLOS PUBIANOS E TERRA DE CEMITÉRIO!!!!
Beleza...
 Nada contra o Santo Antonio (quer saber sobre a fama dele? Clica aqui, bem legal!), mas prefiro o Valentine Day, dia 14 de fevereiro.
O dia é em homenagem a San Valentin, santo muito lembrado pelos anglo-saxões. A história conta que Valentin era um trabalhador de uma paróquia na Idade Média. Na época, a perseguição política era intensa, muitas guerras, e a confusão estava feita. Pais separados dos filhos, esposos separados das mulheres, amigos proibidos de se falarem, soldados mortos deixavam noivas inconsoláveis e com a mácula manchada, conforme os costumes. Inconformado, Valentin resolveu promover encontros nos porões da paróquia entre as famílias separadas e os jovens enamorados. Assim, os perseguidos políticos contra o imperador Claudio II se viam, familias se reviam, pais matavam saudades de filhos. Os jovens que não eram permitidos se casar eram casados em segredo e Valentin colocava os nomes deles nos livros sagrados da paróquia, o que não permitia reclamações nem contestar. Antes de irem para a guerra, soldados se casavam e garantiam o espólio de guerra às mulheres, em caso de falecerem.
O bispo ficou maluquinho, e acusou Valentin de promover a revolução abertamente, de promover orgias e de bular as santas regras da Igreja. Preso, ficou numa cela solitária, sendo cuidado por uma jovem, filha do carcereiro, que era cega. Apaixonado por ela, pediu a Deus que desse a visão dele a ela. Deus concedeu o milagre, e ela passou a enxergar, e Valentin, que ficou cego, acabou falecendo, vítima de uma doença comum em prisões, a tuberculose.
A Igreja reconheceu o milagre e Valentin foi considerado mártir e canonizado.
Linda essa história né? Eu vi num livro há tempão atrás.
Para homenagear Valentin, os anglo-saxões dão presentes a todos que amam (namorados, amigos, pais), por lembrarem o quão foi dificil para ele manter familias e casais unidos. Todos recebem amor e carinhos.
Por isso defendo esta data. É mais simpática né?
Aqui no Brasil ao invés de promover amor incondicional tratamos de falar mal. Mulher solteira por muito tempo é encalhada e solteiro de longa data é malandro. Ou gay. Absurdo.
Infelizmente este preconceito velado ainda existe, e ganha ainda mais força perto da data fatídica. Eu lembro que um amigo meu disse que ia terminar com a garota depois desse dia, pra não passar sozinho e ficar sendo zoado.
Eu não consigo entender!
Respeito quem faz do namoro sua estrela guia. É um projeto de vida, lindo e muito legal. Mas quem o faz por pressão social...ai não!!!
Quantas vezes vemos mulheres deixando de lado seu trabalho porque não aceitaram sua maternidade, ou porque querem mais espaço pro relacionamento? Homens que deixaram de fazer uma família pra se dedicar ao seu trabalho,e ficaram solitários, procurando jovenzinhas, sedentos de carinho? Mulheres que assustam por serem bonitas e independentes, homens defendendo a velha bandeira de que gostamos de cafagestes...Nossa sociedade não sabe lidar!
Jovens tem uma visão de que não vão abrir mão do que são e do que tem por causa de ninguém. Mas quem está na minha geração (ui to adulta!!!), sabe que temos que abrir mão de várias coisas...Aquela tarde de sábado pra fazer um home spa, aquela roupa que vc adora e ele detesta, aquela balada maravilhosa mas cheia de gente solteira. 
Amor é companheiro, paciente, amigo, dedicado. Namoro é todo dia! Sabe aquela garota que perde o cara de tanto que judiou dele, e fica um amor depois, esperando que ele volte? Ai garota, esqueceu que namoro é compromisso diário?
E assim as malucas que se prostam de joelhos pedindo um homem perfeito e sen-sa-cio-nal nem percebem aquele cara legal, mas gordinho, que seria o par ideal. Homens atrás de mulheres lindas, saradas, bem humoradas, inteligentes...ei, e os defeitos? Ah esqueceu...
Amor é legal quando é real!
Você tá solteiro (a)? Não fica mal ou com vergonha! Fica susse, todo mundotem um chinelo pro seu pé cansado. Mas lembre-se dos amigos, pais, e comemore o amor deles! Como no Valentines Day! Tá com alguém? Abrace, beije, aperte, aproveita! E cuide! Tente entender as implicâncias e defeitos, e comemore!
Feliz Valentines Day!!! Todos os dias, sempre!!!!
Beijos e amo vocês um tantão assim!!!
UPGRADE: quer ser um namorado legal? Clique aqui.

domingo, 13 de junho de 2010

Se você tem mais de 20 anos vc se lembra que...

- Não existia Orkut;
- Garotos de 13 anos usavam roupas remendadas pela mãe;
- Meninas pintavam as unhas com errorex e caneta destaca texto (moda néon...sei...)
- E pintavam o cabelo com papel crepom (tutorial aqui)
- Mc Lanche Feliz custava R$ 4,50;
- Biscoito Fofy existia (EU AMAVA ESSE!!!)
- Meninas de 11 anos brincavam de boneca;
- Meninos de 13 anos assistiam Pokémon e Dragon Ball Z;
- Existia Chiquititas e não Rebeldes;
- Plutão ainda era um Planeta;
- Festas de 15 anos não eram eventos/shows;
- As músicas tinham coreografias;
- Tênis de luzinha era essencial;
- Kinder Ovo era 1 real;
- Pessoas REALMENTE se conheciam e não por Orkut;
- Maquiagem era coisa de gente grande;
- Fotos não eram tiradas para serem colocadas no orkut e sim para recordarem um momento;
- Pra saber da vida de alguem só lendo os questionarios que faziamos, ou cadernos de confidências
- Crianças tinham Tamagotchi e não Celular;
- Não existiam emos;
- Se mandava cartinhas pra dizer que amava e nao scraps no Orkut;
- Merthiolate ardia (Pior que é verdade!);
- Tinhamos o mega drive e super nintendo, iamos na casa de amigos pra jogar o 64;
- Comprava varios salgadinhos da Elma Chips só pra pegar o Tazo;
- Existia Futebol organizado na rua (acreditem);
- Meninas gostavam de moleques de atitude, não que agiam feito bebes;
- A Pizza era R$6,00;
- Meninas também assistiam desenho;
- Nx zero não existia (bons tempos);
- Nossos Portões eram gols;
- Rock - Mamonas, Axé - É o Tchan, Sertanejo - Leandro e Leonardo, Funk - Lacraia, Samba - Os Travessos;
- A Xuxa era Gostosa;
- Eliana apresentava o Bom dia e Cia;
- Datena era na Record;
- Na TV Cultura tá tudo igual;
- Cigarro era ruim;
- Meninas queriam Bons Moços;
- Passava TV Cruj e Passa ou Repassa;
- A passagem era 1 real e era passe que podia ser trocado por lanches entre outras coisas (servia como dinheiro)
- Pegar onibus sozinho era super seguro
- Torcíamos por algum desconhecido nas Olimpiadas do Faustão e  pelo Ayrton Senna no domingo.
- Apertando campanhia e saindo correndo
- Pagar calcinha só era permitido a menores de 6 anos

Alguma sugestão pra esta lista? Mande!!!
(Surrupiei do blog "Eu odeio domingo a noite!")

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Cuide do que você tem - ou AEEEEEEE ela voltou!!!

Olá!!

Sim, depois de quase 3 meses sem notícias aqui no blog, eu voltei.
Estou ouvindo já os @#¨$&*))())_`!%%¨& de muitos que ficaram bem chateados de eu não postar. Faltou inspiração, juro. Não foi falta de tempo! Mas não acontecia nada que me inspirasse!!! Tava tudo tão normal...mas aí veio aquela rasteira "gostosa" e tchan!!!
Bom, a inspiração veio de dois fatos que andaram acontecendo comigo. Um legal, outro nem tanto.
Lá estava eu no onibus (centro de ócio criativo do mundo contemporâneo), viajando nas nuvens (o mundo colorido de Vívien), quando comecei a prestar atenção em uma conversa. Não faço isso sempre, mas essa valeu ouvir.
Estavam dois amigos, que pelo jeito não se falavam a alguns dias. O primeiro começou:
"Cara, eu to muito indignado com a vida..."
"Por que?"
"Ah tá tudo ruim!!! Só meu trabalho se salva! A mulher, meus filhos, o carro, minha casa..."
"Mas credo...que que tem de ruim assim?"
"Ah veja: a minha casa..."
" Que que tem? É ruim? Velha? Dá trabalho?"
"Não, é que é pequena...fica longe..."
"Hum. E o carro? Te deixou na mão?"
"Ah cara, deixar não deixou, mas é um fusca velho...queria ter um carrão grandão, um bem pomposo...coisa fina..."
"Hummm. E a mulher? E os piá? Ela te traiu? Os filhos não são teu?"
"Ah você tá doido? Pára né! Esse é o pior! Eu chego em casa, vem os moleques pedir pra arrumar videogame, pra jogar bola, a menor quer que eu arrume o sei-lá-o-que da boneca dela...E eu com fome. A mulher me serve, começa a falar do trabalho, do seguro, da vizinha, e eu comendo...aí ela fala durante o jornal, e eu tentando ver e os piá correndo que nem doido. Aí ela grita com os piá, eu mando todo mundo calar a boca. Vou dormir, e quando eu deito eu olho pra ela naquela camiseta velha e penso que ela já não tá com as "carne" firme...tá ficando enrugada, cabelo branco...e as menininha andando por ae..."
"Mas ela cuida das coisas?"
"Ah cuida...cozinha bem a danada! A casa tá limpa, os moleque "limpo", na escola nem reclamam, precisa ver! A roupa ela deixa pronta, de casa ela entende...Mas ela não dá mais pro gasto..."
"Hummmm..."
"Que que você acha?"
(MOMENTO CLÍMAX DA CONVERSA!!!!!!)
O cara pensou...
Pensou...
"Cuide do que você tem, senão Deus vai tirar isso de você logo logo..."

SENSACIONAL!!!!!!!!!

A cara do outro foi impagável!!! 
Eu tenho certeza que ele esperava ouvir um "É, larga dela, manda os meninos entrarem nos eixos, troca o carro...". Não, ele fez o que todo bom amigo faz: deu um conselho muito sábio!
Eu fiquei com aquilo na cabeça...pensando...
Bom, passaram os dias e eu ia até me esquecendo da história, quando...
Sábado eu estava andando na rua, tranquila, e distraída (belo erro), quando aparecem dois viciados. Me xingaram, roubaram meu celular, apontaram um nem-quero-ver pra mim, me assustaram pra caramba.
Aí virou uma confusão: polícia, gente indo atrás, copo de água, todo um circo.
Para minha alegria e sorte roubaram apenas meu celular ( e meu chip!!! snif!!!) e meus oculos de sol, que achei todo quebrado.
Aí hoje eu estava lembrando junto com a Taís alguns rolos desse incidente, e lembrei do que o amigo falou ao outro.

"Cuide do que você tem, senão Deus vai tirar isso de você logo logo..."

Realmente...
Todos os dias lidamos com coisas que somem. Sumir coisas é normal? Não, nós que não cuidamos.
Muitas vezes a gente perde coisas sem perceber...Saúde, quando não cuidamos de nós. Carinho, quando não cuidamos dos outros. Respeito, quando tratamos mal aguém. Dinheiro, quando não olhamos quanto gastamos. Amor, quando não vemos mais as pessoas. Já ouviu alguém falar: "Ai nem sei o que que aconteceu...tava tudo bem e dae ficou ruim...". Engano seu: tem que cuidar pra não ficar ruim!
Mas frequentemente perdemos algo mais importante: a nós mesmos!
Como você é? Do que gosta? Do que não gosta? Quais seus medos? Do que você se arrepende? Qual sua comida favorita?
Parece uma bobagem, mas existe uma diferença sutil entre mudar de opinião e perder a si mesmo. Mudar nós mudamos QUANDO QUEREMOS. Perder...bom, tem gente que se perde porque quer, mas frequentemente é porque nem percebe...
Conhece aquela história da garota que para agradar o namoradinho adota as gírias, o modo de pensar, as roupas que ele gosta? E de repente ela se olha e cadê? Onde estava? Quem é essa nova garota? Tem aqueles que começam a se incomodar. Algo está ruim. E começa a experimentar. Vai na balada e bebe todas. Passa a frequentar circuitos antes nunca aventurados, muda o cabelo, remexe o guarda roupa, altera opiniões para se adequar. Se queria fazer isso? Bom, será???
Eu li umas vez que é muito mais dificil a gente mudar por fora do que por dentro. Então, como é possivel alguem abrir mão do que gosta? Por que não podemos ter nossa opinião, nossa visão, nosso gosto, nosso estilo?
Podemos. Mas precisamos mante-los. Isso é muiiiiito mais dificil.
Eu gosto de lasanha. Da cor preta. De musica dos anos 80. De andar no frio. De brigadeiro. De saia xadrez. De falar "moooooooooooléeeeeeeer" quando vejo uma amiga que gosto. De me enrolar em cobertas pesadas. Acho que homossexuais, cadeirantes, afro-descendentes, pessoas gordinhas, todos devem ter seu espaço. Detesto cafajeste. E fila de banco.
Se mudo minhas opiniões? Ah claro. Mas antes eu preciso saber: QUEM SOU EU? Sem isso, quem é Vívien? Como mudar aquilo que não conheço? O que você quer mudar na sua vida você conhece de verdade? Reconhece seu valor?
Não se distraia. Note o valor daquilo que você tem. Em você e fora de si. Aquilo que hoje nem parece fazer diferença pode amanhã ser tirado de você.
Lembre-se:

"Cuide do que você tem, senão Deus vai tirar isso de você logo logo..."


Vou cuidar mais das minhas coisas. Mas sobretudo de mim mesma. E vocês?
Aproveitando, uma dica: Olho vivo!!! Não se distraia na rua!!!
Beijos e repassem seus contatos,ok?
Até breve (torcemos!!!)

sábado, 13 de março de 2010

Um efeito dominó (OU a bicicleta fantasma)




Este post é triste.

Embora tudo em minha vida esteja muito feliz agora, venho falar de tristeza.
Por que eu me lembrei de algo muito, mas muito triste que aconteceu esta semana.
Quarta-feira andava eu de bike sozinha por Curitiba. Temos ciclovias, e é ótimo andar em relativa segurança em pleno rush. Mas na ciclovia também tem pedestre. No caminho das ciclovias tem ruas, semáforos, travessias, motoristas. Não dá para andar 100% seguro, despreocupado. E andar nas canaletas do onibus é proibido, mas é o único jeito. Porque andar na rua é muitas vezes fatal.
Eu já contei aqui sobre o estapafúrdio "protesto" dos motoristas machistas que me desrespeitaram. Infelizmente, o ciclista não é bem visto. Eu percebi que os pedestres saíam de perto de mim nas travessias, com medo de que eu batesse com a bike neles. Ou não davam passagem alguma, e me xingam quando ultrapasso eles, mesmo longe, muito longe de acertá-los. Sempre defendi que o pedestre é mais fraco, o carro é mais forte, e minha obrigação é defender o mais fraco e respeitar o mais forte.
Mas pior é o motorista imprudente.
É aquele que vê como ameaça. Eu estou ocupando um lugar na rua que é DELE. Mesmo que o código de trânsito diga para andar na rua, ele me manda andar na calçada, o que é proibido. Ele tira fininho da minha bike, achando divertido. Ele me empurra contra o meio-fio. Ele não me dá passagem, nem sinaliza quando vira, nem buzina para avisar que se aproxima. Eu sou o inimigo dele, mesmo de carro, a pé, de onibus ou de bike. Eu sou um maldito hippie revolucionário, que acredita que há lugar para bikes na sociedade.
Mal imagina ele que eu evito ocupar o lugar de alguém que realmente precisa no onibus, deixando-o mais confortável. Que diminuo a poluição e a fila de carros no congestionamento. Que diminuo os custos de manutenção da minha saúde pela rede pública. Que aproveito para deixar a pista livre de carros para ambulâncias, bombeiros e outros. Que não consumo combustível fóssil, o que barateia seu custo. Que ao não usar carro, estou pensando também nele.
Mas agora quero que você pense em mim e me diga:
Alguma vez você já fez ou viu alguém fazer algo contra um ciclista? Se viu ou fez, que você pensou? Você vê muitos ciclistas na rua? Você já tinha reparado neles?
Eu percebi como sou invisível quando, quarta-feira, tive que esperar, com mais alguns pedestres, durante 15 minutos, para atravessar a Avenida Paraná, próximo ao WallMart, no Cabral. 15 MINUTOS!!!! Juntou tantos pedestres e ciclistas que parecia protesto. Quando um motorista gente boa resolveu parar e dar passagem, um cara deu uma sonora buzinada nele, xingou todo mundo, quase atropelou uma senhora e só aí os demais pararam e deram passagem também.
Triste. Muito triste.
E bem nesta semana que Curitiba é sede de um fórum de discussão sobre "cidades inovadoras", onde nossa capital foi escolhida pelo transporte público, enquanto outras capitais européias foram escolhidas pelas políticas limpas de transporte, como a bike.
Eu tive vergonha. De morar em uma cidade que prometeu implementar ciclovias e não cumpriu. Do motorista imprudente que agiu daquela maneira. Do motorista de onibus da canaleta, que me xinga mesmo que eu esteja longe dele. Da minha atitude ao ser cúmplice de vezes em que alguém fez o mesmo que ele, e nada falei. De não enxergar os invisíveis da cidade, e não só ciclistas. O trabalhador que leva a carrocinha de cachorro-quente, a garota que volta a pé 5 km todo dia, o menino que usa skate porque não tem dinheiro para comprar bicicleta. Do trabalhador que anda de bike porque não tem dinheiro sequer para pagar o onibus!
Triste mesmo fiquei ao imaginar que, numa dessas, eu poderia ser atropelada e morrer.
Que vou morrer um dia eu sei, mas como seria triste morrer em cima de uma bike, ao que amo, porque um cara que não me conhece me odeia. Um cara que tem família, amigos, trabalhos, sonhos, como eu. Que se matasse não ia achar que a culpa é dele; afinal meu lugar é na calçada! ou em casa fazendo comida!
Que diriam meus amigos? Minha família se conformaria? Eu seria esquecida? Seria exemplo? Que forma seria isso um exemplo para nossos filhos? Para aquela criança que anda ainda de 3 rodinhas, sendo empurrada pelos pais no parque?
E me lembrei do que aconteceu com Márcia Prado.
Para quem não lembra, dia 14 de janeiro de 2009 uma ciclista foi atropelada na Avenida Paulista, por um motorista de onibus.

“O motorista Mario José de Oliveira, de 53 anos, trabalha desde 1981 e diz que nunca havia se envolvido em acidentes. Ele relatou à reportagem que ela estava no meio da faixa. Ele avançou na segunda faixa para ultrapassá-la. Quando ele retornava para a faixa da direita, ouviu o barulho e parou. - Tenho a consciência tranquila. Lamento muito a morte de uma pessoa, mas sei que não tive culpa – disse.”

Um motoqueiro que estava na calçada e foi testemunha do crime, disse que o motorista começou a ultrapassá-la e jogou o ônibus em cima antes de terminar a ultrapassagem,ela não teve tempo para nada. "Não foi um acidente, não foi uma fatalidade, foi um assassinato motivado pela imprudência e imperícia de um motorista de ônibus.”
Eu jamais teria a consciência tranquila se matasse alguém!
Hoj, Márcia Prado é nome de uma rota de cicloturismo de São Paulo. Símbolo de cicloativismo, por causa dela e muitos outros foi criada uma ciclovia na Avenida Paulista. Uma bicicleta branca, símbolo das Ghost Bikes, foi colocada no local. Este movimento mundial trabalha pelo trânsito mais seguro.
Como num efeito dominó, onde a primeira pedra empurra a outra, depois a outra, atitudes foram sendo tomadas. Mobilizações e campanhas de conscientização. Motoristas perceberam que não são inimigos nossos, ao contrário, adoramos motoristas legais! Pedestres perceberam que não somos psicopatas, somos gente que gosta de vida saudável e equilibrada!
E hoje eu derrubo a primeira pedra do meu efeito dominó. Em prol de uma vida civilizada.
Peço que pensem em mim no trânsito. Policiem seus pais, amigos, maridos, namorados, esposas, amigas, parentes. Desconhecidos também. Vigie a si mesmo., não ande alcoolizado Não esqueça o sinal, respeite o espaço entre carros, motos e bikes (1,5 m para veículos de duas rodas). Quando ver algo que está errado, lembre-se de mim. Eu posso ser a próxima vítima. Eu posso ser o nome da próxima rota, da outra ciclovia.
Termino com um belo texto de Marina F., do "Olhos Bem Nascidos":

Eu imagino um mundo sem carros.
Com ruas largas e bicicletas, muitas bicicletas. De todas as cores e formas. As pessoas usariam chapéu panamá andando de bicicleta. Crianças pra lá e pra cá, teriam bicicletinhas de luz. Madames com seus poodles e patrões ouvindo notícias no rádio andando de bike pelas vielas, subindo ladeiras quase sem ar, descendo a milhão, com aquela puta sensação de voar.
No mundo sem carros, o tempo seria outro. As pessoas a pé se olhariam. As pessoas de bike se olhariam. Entre o tempo de saída e o tempo de chegada existiria o tempo da caminhada, da pedalada. De olhar pro outro e pro lugar onde vivemos. De ver o céu, as árvores, as casas, as estrelas. O deslocamento seria algo essencial, de encontro, de respiro, de preparação, de passeio, de conhecimento. Chegar seria bem mais gostoso. No mundo sem carros, captaríamos muito mais o senso do coletivo. Sairíamos das nossas caixas individuais motorizadas e com ar-condicionado. Não dá pra negar: tá todo mundo aqui, vivendo neste mesmo caos. Transitamos nas mesmas ruas e avenidas. Carros, motos, ônibus, bikes, skates, pessoas a pé. Somos todos seres humanos por trás destas máquinas, temos a obrigação de encontrar alguma harmonia. Ou não?

Não precisamos abolir os carros. Apenas não devemos usá-los como arma!
Beijos e até breve!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Um capítulo a mais

Este post é sobre saudade.
Acho lindo nossa língua portuguesa resumir em uma única palavra aquele sentimento de nostalgia, amor, dor, lágrimas, carência, alegrias, risos, lembranças. Somos o único povo que tem uma palavra que define de tal modo. Se digo que sinto saudade, a pessoa já sabe, ao modo dela, o quanto aquilo significa pra mim.
Essa semana tive meu momento saudade no onibus. Onibus, aliás, é onde brota meu ímpeto criativo. Meus melhores posts eu pensei em viagens de onibus. Isso até me lembra uma música do Paralamas, que diz:
"Já é hora de vestir o velho paletó surrado
E caminhar sobre o caminho pisado
Que o conduz rumo à batalha que inicia cada dia
Conseguir um lugar pra sentar e sonhar no lotação
E é tudo igual, igual, igual, igual..."
Mas nem sempre é igual...
Bom estava eu pensando, sobre um trecho de um livro. Um livro especial para mim. "Os diários da princesa". Um livro infanto-juvenil, que li no auge dos meus 25 aninhos.
Era fim de ano de 2008. Estava eu curtindo o fim do ano com meus pais, mais precisamente com meu pai, minha irmã e minha mãedrasta. Aquele tinha sido um ano muito tumultuado. Uns 6 meses antes, eu estava trabalhando, pensando em juntar dinheiro para me casar, tudo estável, planos feitos. De repente, meu namoro acabou, minha mãe exigiu cuidados extremos meus por 3 meses por causa de uma cirurgia, tinha que dar conta disso e do meu trabalho e ainda tinha que estudar pro mestrado que pensava em fazer no ano seguinte.
No fim daquele ano, refeita de tudo isso, quis meu cérebro dar um "slow motion". Eu parei de pensar. Estava estafada.
Como fiquei muito doida, acabei tendo de relaxar lendo. Aproveitando que minha irmã andava lendo uns livros, ao ponto de não largar mais, resolvi ver o que tinha neles.
E graças a Deus fiz isso. Aqueles livros me salvaram a psiquê!
Isso porque eu estava toda adolescente. Eu fazia biquinho, batia o pé, sentia muitas coisas (adolescentes sentem com tanta intensidade...), ficava pensando no que os outros pensavam da minha roupa ou cabelo...Eu não sabia o porque.
Eu até aquele momento achava que não tinha tido uma adolescencia normal. Sofri demais com coisas que não quero pra ninguém. E me achava diferente. Não parecia ter vivido aquilo. Eu não queria ser adulta. Não tinha feito tantos planos, que foram por água abaixo? Pra que? Não queria mais. Não podia mais.
Até ler os "diários". Porque ali, uma adolescente nova-iorquina pensava e falava como eu quando adolescente. E via minha irmã fazendo o mesmo, nós interagindo de igual para igual. Então eu era normal! Eu tinha sido adolescente!
Eu chorei ao ler. Eu ri. Eu senti raiva. Eu me apaixonei de novo. Eu exorcizei meus demônios.
E prometi que 2009 eu ia renascer.
O ano começou, e aí senti que ia ser diferente. Entrei no mestrado, deixei meu trabalho, passei fome, aguentei pressão. Vivi emoções fortes, conheci pessoas maravilhosas e outras que não valiam nada. Viajei, passei por situações inusitadas. Amadureci muito.
E no fim do ano de 2009 estava lá eu, pensando que 2010 seria um ano novo, mais 2009 foi um ano especial, marcado para sempre.
E neste ano percebi que quero ser adulta. Eu quero voltar a pensar em casar, ter casa, terminar meu mestrado, fazer minha viagem a Europa. Juntar dinheiro. Eu agora estou mais determinada do que nunca a ser adulta de verdade.
E percebi que, embora tenha meus tempos de menina passaram, eu ainda sou uma garota. Que assiste pica-pau, tem bichinhos de pelúcia, assiste anime, e surta. Mas também sou a mulher que se preocupa em fazer exercício físico para cuidar da saúde, que melhora a alimentação, que vai trabalhar nos fins de semana sem se queixar, que adora o trabalho, que cuida da casa...enfim...Quero ser alguém melhor, e finalmente achei o equilíbrio.
E a saudade que senti? Bom, foi de perceber que estava tudo bem. Eu tinha sido feliz, e não sabia.
E agora estou muito feliz, e percebo muito bem! Sei o que quero, e isso me alivia!
Quero ser uma mulher feliz!
E quero todos vocês felizes também...
Beijos e até breve!
Ah quem quiser, pode ver a música aqui.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

PQP DAY

"Ontem foi uma merda!"
Arregalei os olhos. M., 32 anos, migo de pouco tempo, casado com uma mulher gente finíssima e com um filho de 6 anos. O cara parece uma noviça, de tão calmo e sossegado, nem fala palavrão. Imaginem então ele se referir desta maneira o que significa. Estava tomando café com ele, no intervalo.
"Acordei atrasado e com dor nas costas. Fui tomar café e meu filho derramou nescau em mim. Troquei de roupa e briguei com ele. Minha mulher brigou comigo. Peguei o onibus e levei uma cotovelada. A guria que saiu de férias me deixou cheio de trabalho dela por fazer e não falou nada. Meu chefe passou tudo pra mim. Fiquei sem almoçar pra adiantar. Me deu dor de cabeça. Cheguei em casa, e minha mulher tava toda esquisita. Deixou meu guri com a minha sogra "pra a gente discutir a relação". Trouxe de lá lasanha de berinjela - ele é alérgico! - e quando eu resolvi comer outra coisa ficou bicuda. Fui pro banho e lá dei um belo grito e xinguei de tudo quanto é nome. Tomei um dorflex e fui dormir. A vizinha veio perguntar porque daquela gritaria. Eu nem quis saber. Fui dormir no quarto do guri. Merda de dia!!!"
Eu dei risada.
"Você estava no seu PQP DAY."
"PQP DAY? Gostei...é um bom nome..."
Todo mundo tem seu PQP DAY. Alguns tem PQP moments. Outros PQP week. Varia conforme o azar. Ou condição monetária. Ou TPM. É aquele momento que você quer sangue. Quer jugular. Quer bife mal passado, quer briga.Você quer que o mundo exploda. Que todo mundo saia correndo. Se alguém te olha você mata com o olho. Se alguém fala um "A" a terceira guerra começa. A bomba está armada. Salvem-se!
Não é a toa que fizeram um filme sobre isso. Aquele com o Michael Douglas, "Um Dia de Fúria". Eu que sou avessa a violência achei o máximo. Eu sempre quis num PQP DAY pegar um taco de beisebol e quebrar todos os carros estacionados.
Se você não ler todos os posts deste blog, você já sabe...

Eu conheci gente que tinha PQP moments variados e bem estranhos. Eu tinha uma amiga que tinha dessas quando dormia mal. Café resolvia super bem. Um conhecido meu tinha dessas quando o São Paulo perdia e o Corinthians ganhava. Nossa, o cara parecia possuído. Minha tem quando alguém deixa pra acordar depois das 10 da manhã. Minha mãe quando a gente não ajuda ela a limpar a casa na sexta-feira. Outro amigo tinha quando não tinha catchup no sanduíche. Minha miga Dani tinha dessas quando levava cantada de pedreiro. Eu tenho no primeiro dia de TPM.
Estes dias são foda. São dias que a gente quer se esconder na cama, com a TV e um balde de pipoca. Sair é perigoso. Falar com alguém também.
Eu acho que estes dias são terríveis. No trabalho a gente não rende nada. A gente parece que atrai coisas ruins. Você deve conhecer uma pessoa brilhante que um dia fica desse jeito. É muito chato.
Eu passei por isso nesta semana. PQP WEEK. Tive cólicas terríveis (TPM) na segunda, de me contorcer de dor. Tomei remédios e fiquei chapada. Adeus segunda-feira. Meu computador travou. Deu pau na memória e paguei 80 reais pra consertar. Adeus terça-feira. Fui para a Embrapa e não consegui fazer o que precisava, o computador deu pau de novo, levei pro conserto. Adeus quarta-feira. Fui pro laboratório e quebrou uma placa de petri na autoclave recém limpa. Tive que limpar. Demorou. Fui de bike no chuvisco pra casa. Adeus quinta-feira.
E hoje cheguei atrasada na Embrapa porque perdi o onibus. Falei bem rápido com a minha orientadora, peguei o onibus e fui buscar o computador. Queimou o HD. Preço: 185 reais. Merda. Não tinha o cash. Demos um jeito. Levei o computador pra casa. Me deu enxaqueca. Percebi que teria que trabalhar no sábado de novo. Já fiquei mal humorada.
Minha PQP week foi foda.
Mas dae sentei pra escrever e relaxei. Acho que minha PQP week acabou. Assim espero.
Cada um tem sua maneira de dissipar esta urucubaca. Eu dissipo com banho e cama. A Dani com uma bela porção de batata Pringles. Minha não dissipa até almoçar e dormir um soninho. Varia. Mas acaba!
E eu agora descobri que escrever aqui também ajuda! que bom!
Tomara que seu PQP moment seja beeeeeem curtinho! E que acabe logo!
Se não for, lembre-se do meu amigo, que me confidenciou que no fim da noite ele acabou indo dormir com a esposa e ela chutou ele nos "países baixos" sem querer.
E dê risada. Eu ri!
Beijos e até breve!
Ps: atendendo a dúvidas da Mix, Wil é ator e modelo.
Ps2: gostaria de divulgar o blog da Odele, chamado "Flávia vivendo em coma". Assinem a petição sobre segurança nas piscinas. A molecada agradece!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

As diferenças dos sexos

"Acho que gosto de São Paulo
Gosto de São João
Gosto de São Francisco e São Sebastião
E eu gosto de meninos e meninas"
(Meninos e meninas - Legião Urbana)

Lembro até hoje o choque que tive quando, ao ler uma revista na década de 90 (uia, agora me senti veinha...), um reporter falava do frisson que causou este trecho desta música. Eu não entendi. Qual o problema de gostar de santo? E de meninos e meninas? Eu gosto de andar com qualquer um deles!

Na minha ingenuidade, não percebi sexismo, até ler o que foi escrito a respeito.

E eu não gostei. Diferenças de qualquer jeito são terríveis. Que o digam os negros, os indígenas, os homossexuais, as mulheres.

A semana passada eu lidei com duas situações que me fizeram refletir sobre o sexismo das coisas.
Esta eu andando de bike (a Moon!), quando passava pela ciclovia do Botânico. De capacete (protege e se faz respeitar), luvas (machuca as mãos sem elas), ia bem sossegada quando passou um carro.
E os rapazes gritaram: "Volta pra casa e vai fazer comida, bicicleteraaaa!!!!!"
O QUÊ?????
Eu não entendi. Quer dizer que eu, por estar de bike, eu estava ofendendo alguém? Que mulher não deve andar de bike? Que por eu estar usando outro transporte independente estava cometendo um ato ruim contra o meu sexo?
Machismo puro...
Notei aí algo interessante: nunca vi matérias de ciclismo profissional feminino! Só tinha visto algumas sobre provas de velocidade masculina, e cicloturismo com grupos de rapazes.
Será que só homens podem entrar em grupos de ciclismo? P
Para provar a mim mesma que não, entrei em sites dos grupos e surpresa! Quem comanda o Clube de Cicloturismo Brasileiro é uma mulher!
Mas não fiquei orgulhosa não. Fiquei com vergonha de me sentir bem por isso. Afinal, o ideal era a gente não se sentir mais ou menos bem por causa do sexo.
Lendo mais, descobri que a bicicleta foi uma arma da revolução sexual feminina. Tudo porque a forma de andar era considerada masculina (não se anda de lado, como quando andavam a cavalo...), e as mulheres tiveram que usar calças. Dae deu no que deu!!!

(sim!!!!!!!!)

Na mesma semana, tive outro exemplo de diferenças de sexos.
Estava eu a ler umas reportagens, quando vi uma que me deixou de queixo caído. Um rapaz processou uma mulher na Bélgica, sendo ela 7 anos mais velha que ele, acusando-a de ter usado o corpinho dele para se tornar mãe. A mulher e o rapaz saíram juntos, transaram e tal, e acabou. Muitos meses depois, ele encontra ela com um bebê...que era a cara dele. Bingo! Adivinha...ele processou-a não por não ter falado a ele e negligenciado sua condição de pai, mas por ela ter mentido a respeito do anticoncepcional, "com a clara intenção de usufruir do relacionamento para ficar grávida".
Eu acho que na verdade ele processou-a porque foi ferido no seu lado masculino...
Eu me recordei de um rapaz com quem saí anos atrás. Saímos, nos divertimos, tudo ótimo, um dia ele se volta pra mim e diz que não quer mais.
Por que? Perguntei. A resposta certa demorou, mas saiu.
Eu era demais.
????????????????????
Inteligente demais. Bonita demais. Esperta demais. Simpática demais. Alegre demais. Fazia dança do ventre. Cuidava do corpo. Me vestia bem. Me dava bem com todo mundo. Não era ciumenta.
Era demais pra ele!
Inseguro, ele me contou que não ia dar conta e preferiu correr (ele foi sincero demais).
Eu fiquei pasma. Passei a achar todos os homens covardes. Se eu estivesse com alguém demais, ia lutar até o fim por esta pessoa! A gente não vive atrás de pessoas perfeitas pra nós? Quando achasse uma, eu ia correr dela? Claro que não!!!!
Passei a tratar os homens com raiva. Se o rapaz demonstrasse medinho perto de mim, eu escrachava. Homens tem que ser corajosos!!!!
Claro que aos poucos, fui vendo que coragem não tem nada a ver com sexo, e me arrependi de agir assim. Na minha profissão, vi muito isso. Mulheres serem tratadas mal por quererem fazer trabalhos que exigiam força e agilidade, esperteza e coragem (trabalhos "masculinos"), e homens serem tratados de forma "alegre" por fazerem pesquisas que exigiam delicadeza com as mãos, paciência, quietude, olhos clínicos (trabalhos "femininos"). Barreiras foram sendo quebradas. Os homens acrescentaram seu raciocínio lógico e sua imparcialidade, as mulheres sua delicadeza e calma. Complementaram muito bem. O meio ambiente e as pesquisas agradeceram de joelhos!!!
Hoje, ainda há exemplos ruins em todos os lugares, todas as profissões. Que bom que alguns não vêem e seguem em frente!
Hoje, algumas pessoas ainda se assustam quando vêem a questão do sexismo. Eu noto que é muito forte. Existe diferença entre usar seu sexo como arma de subjulgar e exercer seu sexo com plenitude. Mulheres podem falar grosso e usar saias. Homens podem chorar e jogar rúgbi (eu não conheço jogo mais masculino que esse!). O que importa é o que a pessoa FAZ. Se ela entende de computação (né Fernanda?), ou usa o corpo como ferramenta de trabalho (né Wil?), qual o problema?
Problema é difundir que lugar de mulher é na cozinha e do homem é em cima de uma bicicleta!!!
E vou continuar bicicletando!!! hehehehehehehehehehehehehe
Beijo e até breve!!!
Ah quem quiser ler sobre a revolução da bicicleta na vida das mulheres (seja você homem ou mulher), vale a pena! é super interessante! veja aqui.
PS: refiz os testes com meu extrato...Adivinhem! Não funcionou!!! E eu ri! As coisas ficam diferentes quando a gente as vê diferente!!!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O amor não correspondido

Olá!
Como foi de Carnaval?
O meu foi trabalhando...também...claro que tirei uma folga gostosa, assisti filmes e me diverti. Mas com a cabeça cheia.
Eu testei meu maior experimento-piloto neste feriado, aproveitando que não tinha quase ninguém no laboratório.
Fui todos os dias, preparei tudo com carinho, armei o cenário todo.
E ontem descobri que não funcionou.
Eu chorei muito. Era como se meu coração tivesse partido.
Quem já dedicou seu tempo a algo que ama, que contou dias por aquilo, que faz de tudo e não dá certo sabe o que é essa sensação.
Eu amo o que faço com todas as fibras do meu corpo. Meus olhos brilham quando falo da planta que estudo, do que ela é capaz de fazer, da maneira majestosa que ela cresce em matas tão ameaçadas. O poder dos seus frutos. A beleza da cor daquelas coisinhas em cachos gigantes e como eles mancham a roupa.
E não funcionou.
Eu só sabia chorar. Minha alma estava em frangalhos, enquanto eu pedalava de volta pra casa. Eu queria sumir.
E quando liguei para pedir uma palavra de consolo, meu pai me disse: "Pense que vc pelo menos está com saúde, que vc está firme no que quer. Se fosse um problema grande, mas esse seu problema é tão pequeno perto dos outros problemas dos outros."
Juro que tive vontade de manda-lo pra P...QUE PARIU!!!!
Os meus problemas são os mais importantes para mim, porque são MEUS! E quem me conhece e sabe como levo com seriedade o que faço e confia em mim sabe que aquele momento era decisivo para mim.
Quantas vezes julgamos alguém assim? Achando que a pessoa está fazendo tempestades em copos de agua?
A minha tia Ana, com quem tenho bem menos contato, me deu o melhor conselho que podia dar:
"Chora mesmo, se entupa de chocolate, vai tomar um banho e dormir que amanhã vc de cabeça fria pensa melhor!" E minha completou: "Chora não, amanhã é outro dia! Vc consegue!"
Aquilo e a bíblia acalmaram a minha alma assim que cheguei em casa. Depois, falando com pessoas especiais para mim, todas me animaram a não desistir.
Eu não pensei em desistir. Sou muito teimosa pra tanto. Mas desanimar eu desanimei.
Quantas vezes um time perde antes de ganhar campeonatos? Quantos tombos tem o atleta antes de vencer? Quantos "não" recebeu o hoje empresário quando era um office-boy? Quantas vezes Newton tentou fazer a lâmpada funcionar?
E eu tentando uma vez só fiquei mal?
Ah não!!! Pára com isso!!!
Eu não estou muito inspirada hoje, mas consegui escrever isso e acho que tudo bem...
Tudo vai dar certo!
Beijos e até!!!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

a solidão necessária

Esta semana começou um furacão...
Diferente de outras semanas, em que segunda-feira era morna e terça-feira explodia, essa começou com sábado de caos.
Não vou entrar em detalhes, porque não aconteceu comigo. As coisas que aconteceram foram com outras pessoas, vizinhos meus.
O que posso dizer é que depois de tanta coisa, eu precisava colocar pra fora. E não conseguia. Não conseguia chorar, não conseguia gritar.
Então, resolvi pegar minha bike, a Moon (é, ela tem nome...é porque ela é prateada), e sair sem destino.
Primeiro dia: andei toda a ciclovia que leva ao Prado Velho. Fui até o fim que dá num matagal. Andei horas, com cansaço e suor pelo corpo, sem parar, sem pensar, só fazendo força pra correr o máximo que dava.
Não adiantou nada.
Segundo dia chutei o pau da barraca: peguei a Moon e fui até Pinhais. Meu corpo pedia descanso. Minha cabeça pedia água. Minha alma pedia que eu corresse cada vez mais. Minhas lágrimas escorriam pelo interior do meu espirito.
Eu não andava de bike, eu estava fugindo. Fugindo dos problemas, daquilo que vi e me senti diminuída, das lágrimas dos outros, do meu trabalho dando errado, das contas a pagar, da solidão e da carência. Só a Moon me compreendia. Se eu explicasse ninguém entenderia.
Pela primeira vez na minha vida a solidão que eu sentia era um bálsamo. Eu me sentia feliz e aliviada por estar só.
E ali entendi quando amigos meus corriam para academia, e lá se matavam em exercicios sem falar com ninguem. Ou quando alguem pegava o carro e saía sem destino. Ou quando via uma pessoa simplesmente se sentar e olhar o vazio.
É um momento perigoso. Eu digo isso porque minhas pernas estourando me avisavam do abuso. Imaginei quem se tranca em casa, quem precisa estar com alguem, quem pega o carro, quem não tem pra onde correr.
E nestes momentos vemos as pessoas perdendo o controle. Eu quase perdi o meu.
Eu imagino que isso acontece com todo mundo algum dia. Nós aprendemos a não chorar. A não gritar. É fraqueza.
Será? Será mesmo?
Eu acho que quem chora por ver um grilo é bobo. Mas quem chora porque não aguenta mais é sem dúvida a mais forte das pessoas. Porque sabemos que esta passando em cima de qualquer coisa, por cima de sua propria convicção, para derramar aqueles filetes pelo rosto. Sua dignidade ferida, sua vergonha, a impressão dos outros. Nada existe. Só aquele sentimento. Só ele.
E hoje, com uma puta dor nas pernas, olhei a janela e pedi a Deus, às estrelas, que trouxessem paz ao meu espírito. Ao espirito de todos que amo. De todos que conheço e hei de conhecer. Porque ainda não consegui chorar. Embora as lagrimas escorram pelo meu espirito. Mas aos poucos elas vão embora.
Chorem quando quiserem. Quando puderem. E quando não puderem também. Sejam livres. Assim como eu estou tentando ser agora.
Beijos e até breve!!!