quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Como entrar no mestrado - o bem antes!

Bom, voltei a escrever...tenho tentado manter a promessa de atualizar o blog uma vez por semana, e tenho anotado as idéias para vários posts. Então, acho que mereço um sorrisinho, hun? hehehe
Este post estou escrevendo porque acho que é importante ver como vc vai parar no mestrado. No anterior expliquei como eu via cada formato de pós-graduação (veja no blog...). Hoje vou dizer como cheguei a entrar no mestrado. Começando pelo cursinho...
Não saco nada de Física
Literatura ou Gramática
Só gosto de Educação Sexual
E eu odeio Química
Não posso nem tentar me divertir
O tempo inteiro eu tenho que estudar
Fico só pensando se vou conseguir
Passar na porra do vestibular
Chegou a nova leva de aprendizes
Chegou a vez do nosso ritual
E se você quiser entrar na tribo
Aqui no nosso Belsen tropical
Ter carro do ano, TV a cores, pagar imposto, ter pistolão
Ter filho na escola, férias na Europa, conta bancária, comprar feijão
Ser responsável, cristão convicto, cidadão modelo, burguês padrão
Você tem que passar no vestibular...
(Quimica - Legião Urbana)

A primeira coisa que ganhei ao entrar no cursinho foi insônia. Eu nem imaginava o que era um cursinho, porque eu não tinha tido aula em salas tão gigantescas, com tantas pessoas de uma vez só. Me lembro que me perguntei muitas vezes se em faculdade era assim. Aliás, o que era a tal da universidade? Como que era lá dentro? Vi com meus próprios olhos quando um amigo meu do cursinho me levou para ver o Setor de Ciencias (...). Eu fiquei deslumbrada de ver aquele povo pra lá e pra cá, estudando onde queria, falando sobre coisas que nunca sonhava existir, planejando alto.
Se me dissessem que lá dentro eu ia ter as piores decepções da minha vida com muitas coisas que eu gostava eu teria tachado o cara de insano.
Voltei a estudar no cursinho ainda mais forte, mas ainda confusa. O que queria fazer da vida? Se eu tinha problemas em decidir o que queria comer no almoço, imagina qual a profissão que queria? Eu lembro de querer salvar pessoas, mas não como médica porque sei que não tenho sangue frio e coragem pra tanto. Talvez descobrir como curar doenças...E gostava de mexer com plantas medicinais. Ah, então devia ser bióloga, certo? Foi o que me disseram! Mas quando entrei na faculdade percebi que devia ter feito farmácia e bioquimica! E porque não deixei o curso e tentei outro vestibular?
Aí acho que caio no pior dos infernos para quem está nesta fase. Aos 16, 17 anos temos poder de escolha, mas pouca experiencia. Muitos de nós não trabalharam, não tem referencia concreta, e nesta idade somos ainda muito crianças pra escolher uma profissão. E quando vc entra na faculdade, a pressão pra vc ficar lá é imensa. Foi o que me segurou lá dentro. Graças ao destino, a faculdade e eu nos entendemos. Mas muitos não conseguem essa sorte.
Eu vejo que nossa cultura infelizmente não acompanha os jovens desta fase. Hoje, tem feira de profissões, teste vocacional, e uma infinidade de coisas. Mas é tudo muito vago! Além disso, tem que meter a molecada no mercado de trabalho sim. Tem uns que saem da faculdade sem nunca terem trabalhado, e sem esta experiencia sofrem demais. Ver o dia a dia do profissional, quanto ele ganha e quanto ele gasta. Mas a primeira coisa que falta é pura e simples: perguntar. O QUE VC QUER? Quer salvar vidas? Quer ganhar muito dinheiro? Quer seguir a profissão do seu pai? Vc consegue fazer isso por mais de 30 anos da tua vida?
Temos infelizmente a cultura de alisar a molecada. Nossa geração tem visto todos os dias exemplos de jovens espertos e maduros, e jovens mimados que não na cara do professor e são apoiados pelos pais. Temos que parar de ver os jovens como seres de vidro. Eles podem E DEVEM ir atrás, buscar o que querem, mas sabendo que tudo tem um preço. Que eles vão pagar.
Eu hoje penso que, se no colégio, eu tivesse aproveitado mais, tanto pra estudar quanto pra curtir, tivesse perguntado mais, tivesse buscado o que queria realmente, teria evitado uma porção de decepções. O vestibular é um estupro mental, a faculdade é selvagem, o mercado de trabalho é doido e vc precisa perceber isso rápido e antes dos outros. Tem coisa boa, afinal? tem sim...falo sobre isso semana que vem...
Beijos!!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Afinal, o que é mestrado?

Muita gente comentou comigo que eu não estava escrevendo sobre o mestrado, que é a proposta deste blog. De fato, vou escrever mais sobre isso. Agora mesmo, inclusive.
A primeira coisa que as pessoas tem que saber sobre mestrado é que Mestrado é pós-graduação.Mas pós-graduação nem sempre é mestrado. Após a pessoa concluir a faculdade, vem a pós-graduação. Pode ser Especialização, Mestrado, Doutorado, Pós-Doutorado ou Mestrado Profissionalizante.
A Especialização, como o nome diz, visa fazer o aluno ser especializado em determinada área do conhecimento que ele já tem. O Mestrado forma professores (mestres) na área de conhecimento que ele foca. O Doutorado forma doutores, que são altamente especializados. O Pós-Doutorado visa renovar e ampliar o conhecimento de quem já é doutor. O Mestrado Profissional vem a formar profissionais especializados na sua área, com conhecimento maior que o Especialista. Traduzindo: uma salada!

Dá pra tomar uma bera antes?

Normalmente, o Graduado fez um monografia ou trabalho de conclusão de curso (TCC). Eu aprendi que monografia você faz um trabalho simples, usando técnicas conhecidas, sobre o assunto que você estuda. O mestrando (profissional ou não) faz uma dissertação, onde ele trabalha com algo mais complexo, buscando algo novo, mas não tão específico e usando técnicas conhecidas também. O Doutorando faz uma tese, com tema extremamente especializado, usando técnicas de ultima geração ou já consagradas, buscando defender uma idéia inovadora ou encontrar algo que ninguém ainda achou. O Especialista faz uma dissertação também, mas bem mais restrita.
Como cada área é diferente, não posso falar por quem faz ciências exatas ou humanas. Mas vou dar um exemplo:
TCC: o aluno estuda ação de um extrato de uma planta sobre útero de rata.
Mestrado: o aluno verifica todo o mecanismo de ação do extrato sobre o organismo da rata, e se é tóxico, e onde se concentra.
Doutorado: o aluno verifica qual o composto ativo do extrato, sua ação celular, se outras formas de extrato agem parecido e porque.
Pós doutorado: o aluno aprende sobre novas formas de estudo de extrato, técnicas avançadas de verificação de ação e mecanismos sobre DNA.
Especialista: poderia fazer uma revisão sobre estudos já feitos sobre a planta.
Mestrado Profissional: faz a mesma coisa que o especialista, mas acrescenta propostas de uso da planta no mercado.
Ajudou né?
E ae você se pergunta: quanto tempo você tem pra fazer isso:
TCC: um ano a seis meses, depende da categoria escolhida.
Mestrado: dois anos
Doutorado: 4 anos
Pós doutorado: depende
Especialização: 1 ano
Mestrado profissional: dois anos, depende do programa.
Porém, dentro de cada programa nós temos disciplinas. Então, o que parece um tempão não é. No mestrado temos disciplinas focadas na área de atuação. A minha é Microbiologia, logo temos aulas de morfologia bacteriana, genética de microrganismos, micologia, virologia, etc. Cada programa tem disciplinas voltadas à aquilo que estuda.
Tá, mas e o mercado de trabalho? Em teoria, aquele que sai da graduação pode e deve ir direto trabalhar, porque tem condições pra isso. Entretanto, as faculdades variam muito quanto a sua formação, e os cursos variam muito entre si. Então, aquele que se forma em Administração não vai ter o mesmo destino de quem se forma em Odontologia. Ou o formado em Geologia não precisará fazer mais estudos quanto um formado em Fisioterapia ou Direito.
Mas como chegar até esse estágio? Bom, isso vou explicar no próximo post...té!!!

domingo, 4 de outubro de 2009

Festas estranhas, conclusões mais ainda

Olá!

Venho hoje falar de algo que faz parte da vida de muita gente, e que adoro: baile de formatura!
Fui no baile de formatura da Biologia neste sábado. É um espetáculo de alegria, de gente bonita, de cores e sons.
Para mim em especial esta festa foi bastante diferente.
Eu sempre gostei de admirar as festas que ia, sentada num canto, vendo as pessoas conversando, rindo, bebendo. É interessante, e é um jogo de olhares. Todo mundo sabe que está sendo visto. E muitos apelam pro álcool para se soltar, perder a vergonha e fazer o que quer. É divertido ver todo mundo interagindo, as brincadeiras, e as outras coisas.
Mas o que realmente me marcou nesta festa foi a quantidade de gente com expressão triste. sozinhas, sentadas olhando as pessoas se divertindo, ou em pé dançando sozinhas, muitas pessoas com aquela carinha triste. Parece que essas pessoas tem um repelente de gente, uma carga negativa que afasta as demais, mesmo quando quer ficar do lado, pulando, dançando e sorrindo. Isso me deixou sem palavras. É tão triste...Triste por que já me senti assim, inclusive nesta festa. Amigos por quem tenho a maior consideração mal falaram comigo. Amigos que só falava uma ou duas coisas me abraçaram, perguntaram como eu estava. Mas o que mais me marcou foi quando encontrei a Kely, figura carimbada da Bio. Ela me disse: "Eu sempre leio suas histórias (via email). Não respondo, mas eu leio!" Caramba! Eu fiquei com o coração aquecido por isso. Por ter encontrado pessoas que mal me recordava me cumprimentando e me abraçando. Enquanto outros que vivo falando nem dando bola...Que engraçado...que ironia...quantas vezes devo ter dado atenção a quem não merecia? Tentando animar as pessoas, mas na verdade pagando de ridícula. Mas é meu jeito. Não dá pra ser diferente. Acho que gente autentica assusta as pessoas. Era o que eu concluía. Talvez eu não tenha o carisma, o charme, fique parecendo uma nerd de óculos fundo de garrafa com tique de riso, que nem filme americano. Mas não posso deixar de ser quem sou. Sei que muitas vezes alguns rótulos me perseguem, sobretudo no ambiente da Bio. Mas somos adultos. Devemos deixar falsas imagens para trás. Nem todos gostam da gente como a gente merece. Eu sei que mereço muito carinho e atenção. É uma pena apenas eu esperar isso de todos que conheço...
Eu acho que essa formatura, um rito de alegria de alguns, foi fonte de muitas experiências para muitas pessoas. Para mim mostrou algo muito sério: as convenções que a gente se prende. Eu contra a vontade estou presa a uma convenção que me prejudica, que infelizmente, assim como esse texto, vai ser mal incompreendido. Mas e daí? Só mandando para os outros lerem que vou saber quem se importa de verdade, né Kely?
Beijos a todos com carinho