quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O fel e o mel

Olá!

Sim, faz mais de meses que não escrevo.
Nem preciso dizer que se trata da dissertação de mestrado, me sugando por todos os poros.
As boas notícias são que comecei, a partir de setembro, a ter resultados significativos. Mas com pouco tempo em frente, todas as minhas energias foram direcionadas ao trabalho.
Assim, qualquer linha escrita era de dissertação, qualquer idéia era de trabalho e qualquer descanso era luxo.
As más notícias é que desde então só tenho feito isso, e até agora não consegui parar, porque meus resultados são bem inconclusivos.
Deixemos isto de lado. Não é o que quero falar.
Bom, há mais ou menos uma semana tenho pensado num post com o título do post de hoje.
Você sabe o que é fel? Pelo Sr. Aurélio, diz que:
FEL: substantivo singular masculino. Fel é a bile (líquido verde-escuro) do fígado animal com sabor muito amargo. Como adjetivo masculino, se refere a algo amargo, acre.
E mel? Bom, acho que você sabe. Algo doce, muito doce, de validade infinita (sabia que mel bom não estraga?).
O que mais me surpreendeu quando escrevi este post é que houve coincidências entre o fel e o mel:
3 letras.
São produtos de origem animal.
São usados com adjetivos.
Terminam com EL. O sufixo EL se refere a coisas divinas. Por isso que muitos nomes bíblicos terminam com EL (Rafael, Gabriel, Miguel...).
E o mais maluco é que estas duas coisas são totalmente opostas e ao mesmo tempo precisam uma da outra.
Você já provou fel? Ah já. Aquele gosto amargo, de derrota, de cansaço, de choro, de lamento. Aquela sensação acre no peito, um sufoco, um grito ecoando na alma. Você nunca deve ter bebido o fel, mas algo amargo pra valer você já deve ter comido, e duvido que repetiu com prazer.
E o mel? Aquela conquista maravilhosa, aquele sorriso de satisfação, aquele grito de alegria, o abraço da vitória. Aquele gosto de coisa boa, de júbilo, de gratidão, de amor. Você já deve ter comido mel, e deve até gostar, mas duvido que tenha comido quilos dele numa tacada. Você come e de repente enjoa. É doce demais.
Onde quero chegar?
Bom, eu disse há muito tempo para Deus: "Senhor, me traga problemas. Muitos deles. Porque sem eles minha vida será sem graça, e nunca saberei se sou forte quanto penso que sou."
E, de fato, desde então as provações tem sido uma atrás da outra, em sucessão, ora alegrias, ora lágrimas.O carrossel de emoções sempre girando.
Eu fico triste quando estou no limiar das minhas forças. Choro, me descabelo, oro, como chocolate. Mas penso que uma hora acaba. Me esqueço às vezes deste fato. O Pra sempre sempre acaba (R.R.). 
Da mesma forma, o lado bom também tem dias contados. Aproveito estes momentos de paz sem me lembrar às vezes que eles passarão. Ao invés de aproveitar cada minuto, olho para aquilo como se fosse espectadora, não como atriz principal.
Estas semana pensem em como duas palavras tão parecidas resumem tudo que se passa nas nossas vidas. Ora comemos mel, ora tomamos fel. Sem o fel, enjoamos da parte boa da vida. Nos entediamos, não aproveitamos ao máximo. E sem o mel não suportamos, não queremos mais viver.
Eu estou no fel com um toque de mel...e acho que ficarei nesta muito tempo. Mas acho ótimo. Porque aprendo muito.
E você? Está no amargo ou no doce?
Beijos

2 comentários:

  1. Oi, li só agora teu post sobre fel e mel, concordo e achei legal, teu raciocínio é bem estrturado e este me fez lembrar das noções que sem o preto não haveria o branco e os outros opostos dependentes para a existência; A única idéia que eu tenho que sempre devemos perseverar, não tratar os outros mal (tratar como gostaria de ser tratado) e ter senso de humor, principalmente consigo, porque só é grande na minha opinião(thanks Amadeu) quem consegue rir de si próprio.

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  2. Oi amiga!! Legal te ler novamente!!

    Meu momento aqui tá parecido, de trabalho intenso que toma o grosso do dia, a semana inteira. Mas confesso que estou até achando doce! Dá trabalho, mas a satisfação de estar progredindo tem me feito sentir mais doce que amargo.

    Claro que há problemas que são um pepino mesmo, quando ocorrem. Mas o trabalho em si, o tocar ele pra frente (que às vezes faz a gente suuaar, e ficar sem saber se vai dar certo), acho que esse pode sempre ser tratado com perseverança, como o Luis falou aí, e visto como uma oportunidade de aprender, como você mesma disse. Portanto, não acho que precise ser necessariamente a amargo :)

    Beijo!

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