terça-feira, 26 de janeiro de 2010

as medidas dos anos

Oi!
Essa semana aconteceu tanta coisa, que vou dividir com vocês.
Fui a praia no domingo. Adoro a praia. Acho que ela limpa a alma e o corpo da gente, tira as coisas ruins pra fora. Eu sempre volto renovada.
Nesta vez, fui encontrar a minha familia na Associação Banestado, em praia de leste. Eu vou lá desde bebê. Ia primeiro com meus pais, depois com meus avós, e muiiiitos anos depois voltei a ir commeu pai, e com meus avós. Lá tem tudo que imaginar: 3 refeições inclusas (e muiiiito boas!!!!), quartos pra até 6 pessoas, quadra de esportes, futebol suíço, restaurante, academia de ginástica...Enfim, é um lugar bem servido, e longe da agitação de Caiobá e Matinhos.
Quando era criança, não era assim. Tinha tudo isso, mas era agitadíssimo! Tinha que fazer reserva com meses de antecedencia. Tinha muita gente: criança, jovens, adultos. Torneio de volei, de futebol de praia, gincana, esconde-esconde, mil coisas. A administração do Viva Verão até montava quiosque e palco só pra atender a associação...Tenho mil fotos de muitas coisas doidas que fiz lá...De apresentação de dança a campeã de torneio de pif-paf e volei juvenil...
Hoje, depois da privatização do banco Banestado e da roubalheira da administração, o lugar decaiu bastante. Embora seja bem barato (eu acho diária de 78 reais com 3 refeições algo super em conta), não fica mais tão cheio. Só no Natal e Carnaval. Agora, eles tem tempos que até marcar um evento particular, como casamentos, podem ser reservados a um mes de antecedencia. Rachaduras apareceram. Alguns quartos estão com a pintura gasta. Não tem mais quiosque.
Isso me dói, sabe?
Lá eu percebi como os anos passaram para mim. Eu vou pra lá e me ainda posso ouvir as crianças correndo, os jovens tocando violão no bar, os adultos jogando truco, as mães com os bebes na grama. A corrida pra se inscrever nas atividades, a luta pra jogar uma sinuquinha...De noite um luau, quinze minutos andando e chegavamos aos bares, conhecíamos gente do país todo. E hoje não mais.
Eu era tão jovem...conheci coisas da vida lá, em termos de pessoas e convivencia, que não teria conhecido em anos. Sobre amor platonico, amor de verão, amizades verdadeiras que acabavam com o verão, cartas pra continuar os contatos (na época nem usavamos email!!!!)...
Hoje é tão diferente...as pessoas morrem de medo de se falar. Alguns fazem amizades facil, mas outros demoram muito ou nem isso. Não fazem mais esportes, não tocam mais violão, não se sentam a frente de uma fogueira, não tem mais coragem de chegar e falar, mesmo sabendo que no dia seguinte não vão se ver mais...
E confesso que eu ando agindo assim também...
Aí nesta sexta feira fomos ver Avatar no cinema, e no caminho batemos o carro.
Eu sabia que a gente não ia morrer, embora possa dizer que a morte andou pertinho. Alguns machucadinhos, nada grave.
Mas o que me deixou intrigada é a quantidade de gente que apareceu pra ajudar. Te digo: vizinhos do local, gente parando o carro, o cara do cachorro quente...Juntou umas 20 pessoas. Algumas com agua-com-açucar, analgésico, telefone, carinho e abraço pra aliviar o susto...Me surpreendi com a disponibilidade das pessoas, o calor humano, o apoio.
É incrivel como hoje a distancia entre pessoas é relativa. Temos msn que junta pessoas, mas cada vez não encontramos as pessoas ao vivo e a cores. Temos parentes amigos que moram longe, temos colegas longe que trabalham proximos.
Talvez seja isso...Que tal a gente abolir um pouco da tecnologia? Voltar a telefonar? A mandar carta? A marcar de encontrar na praça?
Eu estou começando a campanha: "por mais pessoal e menos virtual!!!!"... alguém topa?
Beijo e quem quiser ir a Associação Banestado, aproveita! Não-sócios também são bem vindos!
E um beijão cheio de carinho a quem comentou os ultimos posts!!!!!

Um comentário:

  1. Oi, Paty! Saudadeeeeeeeee!!!
    Estou no Pará, por isso sumi.
    Não consegui abrir a sua mensagem com um arquivo powerpoint pq a internet aqui é à lenha... rs
    Que massa seu post! Tb fico triste em ver como algumas coisas que eu gosto decairam...
    E é bem uma medida dos anos mesmo.. A gente tá ficando véia, rsssss
    E tá td bem mesmo com vc, do acidente?
    Fiquei assustada!
    Sabe que nos últimos dias meus em Campinas levei um tombo enorme de bike e ninguém parou pra me ajudar? Um monte de gente passando, vendo, ... ninguém parou! Eu morrendo de dor, com dificuldade pra levantar e nada de ajuda. Pensei diferente de vc nessa hora. Pensei no qto as pessoas estão frias e pensando cada vez mais em garantir o seu e mais nada... Ainda bem q vc viu coisa diferente . Tenho esperança no lado bom das pessoas.
    Bjo, saudade.

    ResponderExcluir

Comenta vai!!! Por favor!!!