terça-feira, 3 de novembro de 2009

Como entrar no mestrado - o bem antes (2)

Olá!
No post anterior eu tinha falado sobre como entrar no mestrado, começando pelo cursinho e nossas escolhas. Como é terrível fazer isso sem experiência e certeza.
Escolhas...
O que é escolher?
É ir por um caminho que a gente se sente seguro, ou pelo menos amparado. É a saída que recebe menos crítica de nós mesmos, e dos outros. É procurar lanternas acesas em uma mente escura de dúvidas.
Talvez seja por isso que tenho pensado muito sobre o poder da crença. Não me refiro a fé no sentido espiritual, mas na crença em si mesmo.
Não sei se é impressão minha. Vejo depoimentos e histórias dos mais antigos, e me surpreendo de ver o quanto nos amarramos ao nosso poste diário de medo. Os antigos fugiam para casar, entravam em profissões que a família não gostava para conhecer o mundo, ou largavam o sítio em busca da vida na cidade grande., ou atrás da fama. E quando penso nisso acabo só lembro da parte trágica, da viagem que não deu certo, do casamento que não foi bom, da fama efêmera. Acho que quem nos conta essas histórias esquece das partes boas e tenta nos vacinar para que não façamos aquilo que ele fizeram. Sem perceber que talvez essa fuga é justamente o que a gente precisa. De crença em si mesmo para fazer loucuras com os rumos de nossa vida.
Parece hoje que existe uma cultura silenciosa do não fazer o que você sabe que PODE dar errado. Não case se você recebe críticas dos outros. Não entre no mestrado se ele não vai te dar retorno financeiro. Escolha a faculdade que te dá emprego. Não pense por si próprio, ou o professor irá te criticar. Uma cultura bovina.
E onde entra o cursinho nisso?
É um lugar especial, na minha opinião. Lá você vê como a cultura de perseguir sonhos e seguir a boiada se chocam. Tem gente lá estudando para entrar na profissão dos sonhos. E tem gente lá que está lá porque é o fim da linha, o último ano de colégio. Hora de amadurecer, meu caro.
Mas foi no cursinho que encontrei a real definição de limite.
Limite físico, quando você não aguenta mais estudar mas precisa. Limite psicológico, porque você não vai morrer se não passar na primeira vez mas vai ficar magoado ao extremo. Limite de tempo, porque o ano corre depressa.
Mas acho que o maior limite é pessoal. Ali estão todas as pessoas diferentes imagináveis. Muita gente. Você se depara sendo um entre tantos. Para quem está sempre nos holofotes, quando chega no meio desse rebanho de gente é um choque.
O que fazer?
Ousar. Ser você mesmo. Cultivar amizade quando e onde der. Fazer graça na saída, rir da piada na aula. Com o coração. Mas sobretudo ir onde quer ir. Se é fazer medicina, engenharia, bioterapia, robótica, biologia. Mergulhar. Afinal, boi não sabe mergulhar, então não seja um.
Acho que aprendi por anos o que o cursinho me deu em dias. Porque de repente eu estava fazendo amizades com gente de todos os lugares, mas isso não significa que elas iam durar. Então aproveitávamos como se fosse o último dia. Conhecia a profissão que me esperava, sabendo dos riscos e das qualidades. Projetava formaturas. Esperava um mundo belo. Para conhecer o inferno e o céu juntos, ao entrar na faculdade para a Aula Magna. Acho que se não tivesse vivido o cursinho até o limite não teria tido forças para ir em frente depois...
E o que aconteceu depois?
Só no próximos post...até breve!

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